Estudo Arqueológico em Pirapozinho - SP
Resultados das Investigações Arqueológicas
O resgate arqueológico é uma etapa crucial dentro dos programas de preservação do patrimônio cultural, especialmente em contextos onde empreendimentos ou obras podem impactar áreas com potencial arqueológico. Quando vestígios ou sítios arqueológicos são identificados em uma área de intervenção, o resgate arqueológico é necessário para garantir que esses vestígios sejam documentados, preservados e, se possível, removidos antes que o local seja alterado pelas obras.
O Projeto de Gestão do Patrimônio Arqueológico da ETE Itororó de Paranapanema, no munícipio de Pirapozinho -SP, envolveu ama escavação meticulosa do sítio arqueológico Pirapozinho 01, que é um sítio pré-colonial que apresentou que é majoritariamente peças líticas, em que na fase de gestão foram resgatadas 11 peças dentre elas 05 lascas, 03 núcleos e 03 instrumentos produzidos em suportes de blocos e seixos de arenito silicificado e silexito, cujas características tipológicas permite enquadrá-lo, de forma preliminar, na fase timburi. Oportuniza-se reiterar que na fase de AIPA foram coletados 02 fragmentos cerâmicos e 06 líticos, o que perfaz um acervo de 17 peças líticas e 02 cerâmicas.
Imputa-se que o fluxo do rio Paranapanema já perpassou trechos da área do sítio em sua zona de inundação e, que juntamente com o processo de manejo mecanizado de cana-de-açúcar ao longo dos anos corroboraram para a alteração da matriz pedológica, na dinâmica de compactação e/ou dispersão dos sedimentos, conferindo um aspecto de sítio de pequeno porte ao sitio Pirapozinho 01, quando se endossa a premissa de sítios com matrizes alteradas na área do Vale do Rio Parapanema paulista. Além dos resultados da coleção lítica, realizou-se às ações empenhadas no Projeto Integrado de Educação Patrimonial, por meio de diálogos e esclarecimentos com a comunidade escolar e a geral do Distrito de Itororó do Paranapanema, destaque para as atividades de palestra, exposição e oficinas, nas unidades escolares: Professora Marta Santos Pires e Prof. Maria Evanilda Gomes, envolvendo cerca de 100 estudantes, bem como pela divulgação e extroversão via instaram.
Outrossim, foram realizados também diálogos explicativos com moradores locais, ajudantes de campo e empreendedores da obra, na área de entorno com enfoques sobre a importância da arqueologia no âmbito da pesquisa de licenciamento ambiental, a legitimidade dos sítios arqueológico como patrimônio cultural do país, protegidos por Lei 3.924/61; e o dever de cada cidadão em preservá-los, vide Constituição Federal, entre outros.
Infere-se que essas atividades tiveram efeito multiplicador, uma vez que houve uma troca mútua de absorção de conhecimentos sobre arqueologia, realizou-se a distribuição de panfletos e a divulgação via rede social – Instagram da Totem Arqueologia, numa perspectiva de atingir um público maior, o que se confirma pela visualização de mais de uma média de 200 pessoas por publicação, sendo alcance máximo de 7.987 visualizações durante a divulgação dos procedimentos de campo.
Ajuizando os dados expostos, percebe-se que o objetivo e aplicação deste estudo atendeu aos diplomas legais que regem a gestão do patrimônio arqueológico brasileiro, e resultou no salvamento profícuo das materialidades arqueológicas do sítio, as quais foram curados e entregues à instituição de guarda Museu Elisabeth Aytai. Nos anexos constam os documentos necessários para a salvaguarda, conforme portaria nº 196/ 2016, quais sejam: ficha de Cadastro de Bem Arqueológico Móvel e Termo de Recebimento da Instituição de guarda.